05 June, 2009

Poema-expresso

Palavras: vela, copo, quadro

Sim, é tarde.
Mais uma noite em claro.
Mais um vazio a somar aos
inúmeros buracos que compõem a minha alma.
Já perdi a conta aos copos que seguidos emborquei
na boca seca e amarga...
A chama de uma vela perdida na distância troça da minha fragilidade...
Que sabes tu,
Tu que iluminas e dás calor?
Tu, que em ti todos os olhos se fixam em espanto
por seres tão graciosa e ao mesmo tempo, mordaz?
Eu rio-me, só, enquanto me recolho na escuridão.
Deixo que o liquído cor de mosto atravesse mais uma vez
a minha garganta, áspera de tanto gritar.
Esse bálsamo inebriante.
Poderia até pintar um quadro, digno de museu
Como todos os que ficaram na história.
Os seus autores e eu, não somos tão diferentes assim.
A única diferença é que eles pintavam a sua loucura.

No comments:

Post a Comment

 

2005-2011 Lachaesis | The Kiss Of The Valkyrie