Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade, para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei
Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso
Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.
Por Sophia de Mello Breyner Andresen
Sei que este poema é um dos teu favoritos. Eu não te quero dizer adeus, não quero deixar de fazer parte de ti. Mostraste-me o bom e o mau, a alegria e a loucura que existe dentro de mim.. Mas agora mostras-me outra faceta que eu conhecia em mim mas que preferia que continuasse bem no fundo do meu ser.. A raiva, o ódio, o medo de te perder.. é mais forte que eu. Não consigo dormir desde sexta-feira à noite, desde que me desligaste o telefone na cara. Doem-me os olhos, a garganta está rouca, a minha almofada tem o sabor do sal das minhas lágrimas.. Não sei mais que te dizer, sinto um vazio enorme no peito como há muito não sentia. Não sei se te lembras, mas foste tu quem preencheu esse vazio há muito tempo atrás quando outro alguém arrancou esse pedaço de mim.
Como não me atendes o telefone nem respondes às minhas mensagens, achei que talvez esta seria uma boa maneira de tentar falar contigo.. Não sei, parece que estou sempre a meter o pé na argola.. Só quero que saibas que estou aqui se precisares de mim. Sempre.
Amo-te.
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